In defense of the soapbox
Tuesday, September 19, 2006
  Liberté. Liberté. Liberté.
Nos últimos meses, diversos fatos externos e internos ao nosso país, combinados com algumas discussões e leituras, vêm me fazendo perceber a importância da liberdade para a sobrevivência dos seres humanos (não só dos indivíduos, mas também da espécie). Cada vez mais venho me acostumando à idéia de me ver como um liberal. Não só no âmbito da política e economia, mas principalmente com relação a costumes e cultura.

O post anterior funcionou como um tipo de faísca, "explodindo" as idéias que vinham se acumulando lentamente no meu sistema. Acho que ficou bem clara a proposta do Nedel: para ele, é necessário que o Estado controle e determine as leis e as morais que o resto da população deve seguir. Isso ao meu ver é uma idéia tão absurda que é até difícil achar argumentos contra ela, pois deveria ser natural para uma pessoa que há certos aspectos da sua vida os quais não devem ser objetivo de regulação externa.

Ditar a sexualidade de um ser humano, ou pra todos os efeitos suprimí-la, faz tanto sentido quanto institucionalizar o favoritismo pelo azul e proibir que as pessoas gostem de vermelho. O aborto e a eutanásia realmente são questões que exigem uma discussão mais aprofundada, até porque envolvem a vida de outro indivíduo e não só a de quem decide por realizar ou não o ato. Mas em questões que envolvem somente conseqüências pessoais, como a união de dois homossexuais, realmente não há razão para o governo, a igreja ou qualquer outro meter o bedelho. Aliás, ao abrir um precedente impedindo a união homossexual, é um passo andado para
que seja abolida qualquer forma de livre associação entre pessoas (1984 anyone?).

Outra questão que para mim parece bastante óbvia é a liberação do consumo das drogas atualmente consideradas ilícitas. Será que ninguém mais percebe que ao proibir qualquer coisa, cria-se uma possibilidade fantástica de exploração do mercado ilegal? A Lei Seca dos anos 20 nos Estados Unidos só serviu para a criação e fortalecimento da máfia e marginalização dos consumidores. Da mesma forma, a proibição das drogas no Brasil (e no resto do mundo) só serve aos interesses políticos de controle da população e perpetuação das tensões sociais causadas pelo tráfico. Agora eu já estou até ouvindo os conservadores gritando "mas oh meu deus as drogas fazem mal e legalizá-las vai causar um desastre social!!!". Ao que eu devo responder que realmente, elas fazem mal. Mas então por que cigarros e bebidas alcoólicas são permitidos? Afinal, também são extremamente danosos à saúde. E uma das máximas liberais mais importantes na minha opinião diz o seguinte: "If you are not free to choose wrongly and irresponsibly, you are not free at all".

Eu ainda teria inúmeras considerações a respeito da importância do Liberalismo para a sociedade atual, mas vou parar por aqui pra ter assunto para os próximos dias :)
 
Comments:
Concordo com vocês plenamente, e espero que daqui a 200 anos as pessoas olhem para a nossa era e pensem "que pessoas idiotas, olha só como o sistema deles funcionava".

Ditar a sexualidade das pessoas é com certeza uma idéia estúpida.

E proibir maconha, enquanto alcool e cigarro é permitido, é outra coisa estúpida.


Mas a verdade é que enquanto pessoas como esse Nedel receberem votos, não vejo um futuro muito promissor, principalmente para o Brasil. O absurdo disso tudo é o voto ser obrigatório...
 
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